Tribunal Superior considera empresa responsável pelo rompimento de barragem no Brasil – o pior desastre ambiental do país | Notícias do mundo

A school covered in mud after the 2015 Fundao dam collapse in Mariana, Brazil. Pic: Reuters

Tribunal Superior considera empresa responsável pelo rompimento de barragem no Brasil – o pior desastre ambiental do país | Notícias do mundo

Um juiz decidiu que uma empresa pode ser responsabilizada pelo rompimento de uma barragem que devastou comunidades indígenas no Brasil e se tornou a pior catástrofe ambiental do país.

A juíza Finola O’Farrell, do Supremo Tribunal de Londres, decidiu na sexta-feira que a BHP não deveria ter continuado a aumentar a altura da barragem antes do seu colapso, que foi “uma causa direta e imediata” do desastre.

A BHP disse imediatamente após a decisão que iria recorrer da decisão.

O caso foi levado aos tribunais britânicos porque a gigante mineira BHP estava cotada na Bolsa de Valores de Londres no momento do colapso.

Trazido pelo escritório de advocacia internacional Pogust Goodhead em nome de centenas de milhares de vítimasa reclamação marca a primeira vez que qualquer uma das empresas mineiras por detrás da barragem foi responsabilizada legalmente pelo desastre.

O caso se tornou a maior ação de grupo ambientalista na história jurídica inglesa, representando um marco significativo para responsabilizar as empresas e promover a justiça ambiental.

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Foto: Reuters

Uma das maiores ações civis de todos os tempos na Inglaterra

A Barragem de Fundão, perto da cidade de Mariana, era operada pela Samarco, uma joint venture entre a BHP e a brasileira Vale.

Aconteceu há quase 10 anos e é descrito como o pior desastre ambiental da história do Brasil.

Desencadeou uma avalanche de resíduos tóxicos que se espalhou por 370 milhas ao longo do rio Doce e mar adentro.

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As consequências do desastre no distrito de Bento Rodrigues, Brasil. Foto: Reuters

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Uma casa danificada no bairro Bento Rodrigues. Foto: Reuters

Com 620 mil requerentes, o caso é uma das maiores ações civis já apresentadas na Inglaterra e no País de Gales.

O Brasil é atualmente o anfitrião do Cimeira climática COP30 na cidade amazônica de Belém, com o objetivo de se posicionar como líder climático e defensor dos direitos indígenas.

Shirley Djukurna Krenak, uma líder indígena cuja comunidade vive há gerações ao longo do rio Doce, disse que a cúpula está distante das realidades enfrentadas pelos povos indígenas e cheia de “lavagem verde” e falsas promessas.

“Se todas as COP anteriores tivessem funcionado, não estaríamos ainda falando de crimes como este”, disse ela.

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Em outubro de 2024, o governo do Brasil e os estados de Minas Gerais e Espírito Santo assinaram um acordo de compensação de 132 bilhões de reais (£ 20 bilhões) com Samarco, Vale e BHP, para financiar reparações sociais e ambientais.

A BHP argumentou que o processo judicial na Grã-Bretanha duplica outros procedimentos legais e trabalhos de reparação.

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Entrada da mina de minério de ferro Fabrica Nova, em Mariana, Brasil, em novembro de 2015. Foto: Reuters

Como se desenrolou o desastre da barragem de Mariana

Em 5 de novembro de 2015, a barragem de rejeitos de Fundão rompeu em Minas Gerais, Brasil.

Liberou aproximadamente 40 milhões de toneladas de lama tóxica, incluindo arsênico, que soterrou a pequena cidade de Bento Rodrigues e despejou poluição no rio Doce.

A lama se espalhou tão rapidamente que os moradores não tiveram tempo de escapar e matou 19 pessoas. Cerca de 600 pessoas perderam suas casas.

Os resíduos tóxicos chegaram ao Oceano Atlântico, destruindo o abastecimento de água, veículos, habitats, gado e meios de subsistência.

Dez anos depois, a reconstrução e as reparações arrastaram-se através de disputas legais, e o povo indígena Krenak ainda luta para viver ao longo do rio Doce, que continua contaminado com metais pesados.

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