Suspense psicológico ‘The Sleepless Girl’ se curva no mercado de Tóquio
O produtor Patrick Mao Huang (vencedor de Cannes “Tiger Stripes”) da Flash Forward Entertainment de Taiwan está apresentando o thriller psicológico “The Sleepless Girl” no Tokyo Gap-Financing Market, buscando se conectar com parceiros internacionais para a coprodução que confunde as fronteiras entre sonhos e realidade.
“The Sleepless Girl” segue Fan, um homem taiwanês que acorda sem nenhuma memória, exceto por um desejo irresistível de encontrar uma garota japonesa chamada Hitomi. Quando ele finalmente a conhece, ele é arrastado para uma cadeia de acontecimentos surreais que os forçam a viver em fuga.
A reviravolta: Fan examina a mente de Hitomi e descobre que ele existe apenas como uma figura criada dentro de seu sonho. Na vida real de Hitomi, eles já compartilharam um vínculo profundo – ele era seu cantor favorito, que tirou a própria vida após ser substituído por um ídolo virtual gerado por IA. Agora a garota está em coma profundo, recusando-se a acordar em um mundo onde ele não existe mais.
Mas quando Hitomi descobre a verdade, ela se recusa a retornar à sua realidade solitária. Sua dor se transforma em poder destrutivo, transformando-a em um monstro. Fan deve encontrar uma maneira de acordá-la antes que ambos fiquem presos neste pesadelo para sempre.
O diretor François Chang, que está adaptando o longa-metragem de seu curta-metragem de 2017, diz que queria explorar as fronteiras entre sonho e realidade e, mais importante, entre ser visto e ser ouvido.
“O filme segue uma garota muda, Hitomi, que está ansiosa para se comunicar através da música, e um ídolo virtual que ela amou, Fan, que agora vive apenas em seu sonho”, explica Chang. “O encontro deles dentro do mundo dos sonhos em colapso torna-se uma metáfora para a solidão de uma geração que vive entre as redes sociais e o mundo real.”
O diretor acrescenta que a história também trata de como a memória, a culpa e a projeção moldam as relações com aqueles que não podem mais ser alcançados. “Eu queria criar um espaço emocional onde a dor invisível se tornasse visível, onde a ilusão se tornasse uma ponte e uma barreira.”
A jornada de produção envolveu equilibrar a promessa original do curta-metragem ao mesmo tempo em que criava uma peça de gênero envolvente. “A história lida com memórias fragmentadas, barreiras linguísticas e reencarnação digital, por isso precisávamos garantir que o público ainda se sentisse emocionalmente ancorado mesmo quando a lógica muda”, diz Chang.
O projeto ganhou impulso nos últimos dois anos por meio da participação em grandes plataformas de desenvolvimento, incluindo Frontières no Fantasia International Film Festival no Canadá, o Sundance Asia Pitching Forum e o TAICCA x AFiS Development Lab. Chang também foi selecionado para Talents Tokyo no ano passado.
“Esses marcos permitiram que o projeto crescesse substancialmente – expandindo sua construção mundial enquanto refinava sua lógica interna para permanecer emocionalmente acessível”, diz o produtor Huang. “Nosso foco criativo continua no desenvolvimento de personagens fortes e no aprofundamento da ressonância emocional com o público jovem contemporâneo.”
O projeto já garantiu cerca de 50% do seu compromisso de investimento de Taiwan e está a avançar com uma dinâmica positiva. “O principal desafio tem sido manter o equilíbrio entre a ambição conceitual e a intimidade humana, mas essa também tem sido a parte mais gratificante do processo criativo”, observa Huang.
No Tokyo Gap-Financing Market, Huang espera se conectar com parceiros internacionais que compartilham a visão do projeto. “O projeto já recebeu grande atenção da Ásia e da Europa, e o Tokyo Gap-Financing Forum é a plataforma ideal para concluir o financiamento e garantir os principais colaboradores criativos – especialmente porque quase todo o filme se passa no Japão”, diz ele. A equipe pretende fortalecer os laços com os produtores japoneses e iniciar conversas precoces com distribuidores e agentes de vendas que valorizam filmes de gênero visualmente ambiciosos e emocionalmente fundamentados.
A Flash Forward Entertainment planeja concluir o financiamento até meados de 2026 e iniciar a fotografia principal no Japão até o final de 2026, com pós-produção baseada em Taiwan. A meta é uma estreia mundial no final de 2027 em um grande festival internacional, seguida por um circuito global coordenado de festivais e lançamento teatral.
Além do longa, “The Sleepless Girl” tem grande potencial para sequências, remakes e adaptação de jogos, estendendo seu universo a diferentes formatos e culturas. “A questão central da história – o que acontece quando os sonhos começam a substituir a realidade – oferece uma base atemporal para reinterpretação e expansão criativa”, diz Huang.
Chang já está desenvolvendo seu próximo projeto, “Millennium Town”, uma série de mistério/ficção científica ambientada em uma pequena cidade presa no ano de 1999 após o bug do Y2K. “Como ‘The Sleepless Girl’, ele trata do tempo, da memória e da identidade – mas por meio de outra história nova e emocionante”, diz ele.
Se “The Sleepless Girl” é sobre o silêncio interior, “Millennium Town” é sobre um sentimento coletivo de “nascer na hora errada”, explica Chang. “Como as pessoas sempre anseiam pelo passado ou pelo futuro, mas ninguém valoriza o presente. Ambas as histórias pertencem ao mesmo universo emocional: como viver uma vida verdadeira e significativa neste mundo cada vez mais surreal e louco.”
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