Sapo Wolverine quebra seus próprios ossos para transformá-los em garras afiadas
O sapo peludo africano tem uma habilidade autodestrutiva peculiar que lhe permite quebrar os ossos dos pés quando ameaçado de criar garras ósseas que perfuram sua pele, assim como o Wolverine da Marvel.
Trichobatrachus robustustambém conhecido como Sapo Peludo ou Sapo Wolverine, é uma das criaturas mais estranhas da natureza. Os machos desenvolvem fios de pele finos, semelhantes a pêlos, nas laterais do corpo e nas patas traseiras, uma habilidade única que os cientistas acreditam que ajuda os anfíbios a absorver mais oxigênio. Esses “cabelos” contêm artérias e acredita-se que aumentem a área de superfície com a finalidade de absorver oxigênio quando o macho guarda os ovos na água. Mas isso não é a coisa mais estranha nos sapos peludos. Eles também têm um mecanismo incomum de autodefesa que lhes permite quebrar os ossos dos pés e transformá-los em garras afiadas que perfuram a pele.
Foto: Gustavocarra/Wikimedia Commons
Foi por volta do início de 1900 que os cientistas notaram pela primeira vez que os sapos peludos tinham garras, uma característica extremamente rara nos anfíbios. Somente no início dos anos 2000 é que os pesquisadores descobriram que não eram garras reais feitas de queratina, mas sim ossos deformados. Os caçadores camaroneses estavam bastante familiarizados com as armas afiadas dos sapos peludos e recorreram ao uso de lanças ou facões para evitar serem feridos ao tentar capturá-los. Um artigo de 2008, citando relatórios anteriores, observou que as garras da rã podem infligir “feridas profundas e sangrentas, visíveis até os ossos” em predadores e captores humanos.
O mecanismo que permite ao sapo carcaju ativar suas garras afiadas é considerado único no mundo animal. Os cientistas descobriram que cada garra óssea está ancorada a um nódulo aninhado no tecido logo além da ponta do dedo do sapo, com fios resistentes de colágeno. Quando atacado ou agarrado, o sapo consegue de alguma forma quebrar a conexão do nódulo, forçando os ossos através da pele. Em seguida, ele arranha violentamente o agressor, causando lacerações profundas.
Embora um mecanismo de retração claro não tenha sido observado, alguns cientistas levantam a hipótese de que as garras da rã peluda posteriormente se retraem passivamente, à medida que o tecido conjuntivo quebrado se regenera. São as propriedades regenerativas bem documentadas dos anfíbios que fazem com que esse mecanismo incomum de autodefesa funcione sem causar nenhum dano sério ao sapo.
Trichobatrachus robustus é nativo de países da África Central como Camarões, Congo, Nigéria, Gabão, Angola e Guiné Equatorial, onde habita rios de fluxo rápido em florestas e terras agrícolas.
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