Rosane Svartman dirigirá a comédia sobre menopausa ‘Garota’ para ELO Studios
RIO DE JANEIRO, Brasil – Rosane Svartman, renomada roteirista e diretora americana naturalizada no Brasil por trás de sucessos de TV (“On the Fence”, “Dona de Mim”) e cinema (“Desenrola”), está mais uma vez em parceria com a Elo Studios para “Garota” (“Garota” na tradução literal). A nova colaboração vem na esteira de “(Des)controle”, que acaba de estrear mundialmente no Festival de Cinema do Rio. Isso solidifica o interesse da Elo Studios pelas histórias escritas por diretoras brasileiras como Susanna Lira, cuja “Salve Rosa”, uma coprodução com a Paramount Pictures, também estreou no evento deste ano. As filmagens estão previstas para 2026.
A Elo Studios produzirá e distribuirá “Garota”, que conta a história de uma mulher de 52 anos que vê sua vida virar de cabeça para baixo ao perder o emprego, entrar na menopausa e começar a cuidar de um cachorro mais velho abandonado pela mãe. Depois que ela começa a postar sobre o cachorro online, a mulher entra em um mundo digital complicado, ao mesmo tempo em que precisa navegar pelas águas ainda mais complicadas do envelhecimento.
Falando com Variedade Fora do Festival de Cinema do Rio, Svartman diz que se sentiu “imediatamente” atraída pelo projeto quando Sabrina Wagon, CEO do Elo Studios, o apresentou a ela. “Esta é uma mulher que está lidando com os desafios e surpresas da menopausa através de um cachorro idoso que ninguém queria. Entrei no projeto acreditando na importância de trazer à luz essa mulher que se sente invisível. Pensei: quero assistir esse filme.”
Wagon destaca que “Garota” nasceu de um prêmio criado pela Elo Studios em parceria com o Telecine no Festival de Roteiros da Cabíria para premiar o melhor enredo de um roteirista promissor. Adriana Calabró venceu a edição inaugural com o que o executivo chama de ideia “potente”. A produtora então contratou a experiente roteirista Flávia Guimarães para trabalhar ao lado de Calabró, eventualmente contratando Svartman para dirigir após sua colaboração em “(Des)controle”.
Questionado sobre o interesse recente do cinema brasileiro por histórias sobre mulheres com mais de 50 anos, incluindo “The Blue Trail” de Gabriel Mascaro e “Sexa” de Glória Pires, Svartman diz que há uma resposta simples para esta tendência: “o cinema é um espelho para a sociedade”.
“A mesma sensação de invisibilidade que as mulheres mais velhas enfrentam na vida quotidiana tem sido replicada há muito tempo no sector audiovisual”, acrescenta. “Mas essas mulheres estão vivas, se divertindo, fazendo sexo, tendo crises de ansiedade e se reinventando aos 50 anos. Essas histórias servem de base para grandes filmes.”
Do lado mais analítico, Wagon aponta como há uma “mudança estrutural no consumo e no investimento”. «A economia da longevidade corresponde agora a uma enorme fatia do produto interno bruto mundial, com projeções que indicam que os maiores de 50 anos contribuíram com mais de 45 biliões de dólares para o PIB em 2020 e podem ultrapassar os 100 biliões de dólares até 2050. Este público tem grande poder de compra e ainda está sub-representado no ecrã. ‘Garota’ pretende preencher essa lacuna com muito humor.”
O executivo acrescenta ainda que apenas 1,4% dos personagens da publicidade no Brasil em 2024 tinham mais de 60 anos e, em 2023, apenas 30% dos protagonistas eram mulheres. “As discussões sobre a menopausa também aumentaram no âmbito público. A hashtag #menopausa tem bilhões de visualizações no TikTok, e os números apontam para um mercado em expansão (de US$ 18 bilhões em 2024 para US$ 27 em 2030)”.
Falando sobre o que a motiva a apoiar continuamente a realização de histórias como “Garota”, Wagon diz que isso decorre do desejo de investir em “parcerias duradouras”. “Chega um momento em que começamos a escolher não só quais histórias contar, mas com quem contá-las. Envelhecer na indústria cinematográfica é aprender a ser seletivo, priorizar projetos que tenham impacto e conexões reais com o público.”
Quanto a Svartman, ela diz que trabalhar com Wagon e Elo Studios a deixa confiante de que um projeto será feito “com a dedicação e o apoio para reunir todos os recursos criativos necessários para que possamos fazer o melhor filme possível. E isso não é fácil de encontrar”.
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