Por que a ELA tira o movimento do corpo? O fardo oculto que sela o destino dos neurônios motores
Células altamente degradativas (escuras) na medula espinhal foram identificadas como neurônios motores. Crédito: Kazuhide Asakawa, Instituto Nacional de Genética
A ELA, também conhecida como doença de Lou Gehrig, está entre os distúrbios neurológicos mais desafiadores: implacavelmente progressiva, universalmente fatal e sem cura, mesmo depois de mais de um século e meio de pesquisas. Apesar de muitos avanços, permanece uma questão fundamental sem resposta: porque é que os neurónios motores, as células que controlam o movimento do corpo, degeneram enquanto outros são poupados?
Em um estudo publicado em Comunicações da NaturezaKazuhide Asakawa e colegas usaram imagens de resolução unicelular em peixes-zebra transparentes para mostrar que grandes neurônios motores espinhais – que geram fortes movimentos corporais e são mais vulneráveis na ELA – operam sob uma carga constante e intrínseca de degradação de proteínas e organelas.
Esses neurônios mantêm altos níveis basais de autofagia, atividade de proteassoma e resposta proteica desdobrada, sugerindo uma luta contínua para manter o controle de qualidade da proteína.
É importante ressaltar que a equipe descobriu que esta carga é ainda amplificada pela perda de TDP-43, uma proteína cuja disfunção está associada à maioria dos casos de ELA. Inicialmente, a aceleração da degradação celular parece protetora, apoiando o crescimento dos axônios. Mas com o tempo, esta resposta ao stress aumentado pode tornar-se sobrecarregada, levando à degeneração selectiva que caracteriza a ELA.
“Nossas descobertas sugerem que o tamanho substancial e a demanda metabólica de grandes neurônios motores impõem uma carga de degradação constante”, disse o Dr. Kazuhide Asakawa, autor principal e investigador principal do Instituto Nacional de Genética.
“Esta pressão intrínseca ajuda a explicar porque é que estes neurónios são os primeiros a degenerar na ELA e aponta para a redução da carga de degradação como uma potencial estratégia terapêutica”.
O estudo não só fornece evidências diretas de estresse proteostático ligado ao tamanho das células em neurônios vulneráveis, mas também oferece uma nova visão sobre um antigo enigma da medicina: por que a ELA atinge implacavelmente os neurônios motores e permanece tão difícil de tratar.
Mais informações:
Comunicações da Natureza (2025). DOI: 10.1038/s41467-025-65097-0
Fornecido pela Organização de Pesquisa de Informação e Sistemas
Citação: Por que a ELA tira o movimento do corpo? O fardo oculto que sela o destino dos neurônios motores (2025, 27 de outubro) recuperado em 27 de outubro de 2025 em
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