Os cientistas acabaram de encontrar uma falha genética oculta que lentamente rouba força

Os cientistas acabaram de encontrar uma falha genética oculta que lentamente rouba força

Os cientistas acabaram de encontrar uma falha genética oculta que lentamente rouba força

Uma equipe global de pesquisadores liderada por Shinghua Ding, da Universidade de Missouri, descobriu uma nova doença genética que interfere na função muscular e no controle dos movimentos.

A condição, conhecida como síndrome de mutação na axonopatia NAMPT (MINA), prejudica os neurônios motores – as células nervosas responsáveis ​​pela transmissão de sinais do cérebro e da medula espinhal para os músculos do corpo. Resulta de uma mutação rara na proteína NAMPT, que desempenha um papel crucial em ajudar as células a produzir e utilizar energia. Quando esta proteína funciona mal, as células não conseguem gerar a energia necessária para sobreviver e funcionar adequadamente.

Como a falha energética afeta o sistema nervoso

À medida que o défice energético piora, as células enfraquecem gradualmente e morrem, levando a sintomas como fraqueza muscular, má coordenação e deformidades nos pés. Esses sintomas geralmente progridem com o tempo e, nos casos mais graves, os indivíduos podem eventualmente precisar de uma cadeira de rodas.

“Embora esta mutação seja encontrada em todas as células do corpo, parece afetar principalmente os neurônios motores”, explicou Ding. “Acreditamos que as células nervosas são especialmente vulneráveis ​​a esta condição porque têm fibras nervosas longas e precisam de muita energia para enviar sinais que controlam o movimento”.

Com base em anos de pesquisa fundamental

A nova descoberta expande pesquisas anteriores conduzidas por Ding e sua equipe. Em 2017, publicaram um estudo fundamental mostrando que o NAMPT é vital para manter os neurônios saudáveis. Seu trabalho revelou que a perda da função NAMPT nas células nervosas pode levar à paralisia e a sintomas semelhantes aos da esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença bem conhecida dos neurônios motores.

Este estudo anterior chamou a atenção de um médico geneticista europeu que encontrou dois pacientes com fraqueza muscular inexplicável e problemas de coordenação. Em busca de respostas, o médico contatou o laboratório de Ding para investigar a possível conexão.

Confirmando a causa genética

Ao analisar células dos pacientes e criar um modelo de rato correspondente, Ding e os seus colaboradores confirmaram que ambos os pacientes partilhavam a mesma mutação NAMPT responsável pelos seus sintomas. Curiosamente, embora os ratos portadores da mutação não apresentassem sintomas físicos externos, as suas células nervosas apresentavam os mesmos defeitos celulares internos observados nas células dos pacientes.

“Isso mostra por que estudar células de pacientes é tão importante”, disse Ding. “Os modelos animais podem nos apontar a direção certa, mas as células humanas revelam o que realmente está acontecendo nas pessoas”.

Rumo a novos tratamentos e uma compreensão mais profunda

Atualmente não existe cura para a síndrome MINA, mas os investigadores já estão a explorar métodos para aumentar a produção de energia nas células nervosas afetadas.

A descoberta representa um grande avanço na compreensão de doenças genéticas raras e ilustra como problemas na produção de energia celular podem levar a danos nos nervos. Também destaca como anos de investigação laboratorial básica podem, em última análise, conduzir a descobertas que proporcionam uma esperança real aos pacientes com doenças raras e inexplicáveis.

As descobertas foram publicadas em Avanços da Ciência sob o título “Uma neuropatia sensorial e motora causada por uma variante genética do NAMPT”.

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