O futuro do progresso climático está sendo construído no Sul Global
As manchetes são sombrias. Registro ondas de calorsem precedentes incêndios florestais, recifes de coral morrendoum retrocesso nos Estados Unidos e milhões de vidas destruídas. Agora, um novo relatório da ONU confirma que os planos climáticos mais recentes dos países ainda ficar muito aquém de limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
No entanto, sob essas manchetes, está em curso uma mudança sísmica. Enquanto Washington recua e as metas diminuem, a verdadeira ação está agora em países como China, Índia, Brasile cerca de uma dúzia de países críticos de rendimento médio: os novos motores da economia limpa.
Aos 30o Na cimeira climática da ONU no Brasil, o centro de gravidade geopolítico está a mudar.
Os países ricos ainda têm a maior responsabilidade de agir. Mas os países de rendimento médio, que representam mais de 60% das emissões globais e 40% do PIBestão agora impulsionando o progresso, desde o impulso da Colômbia até eliminar gradualmente os combustíveis fósseis para o Brasil unir os países em torno de um avanço solução financeira para salvar florestas. Não é o imperativo moral que impulsiona a sua transição, mas a economia. Eles vêem a acção climática como o caminho para o crescimento, a segurança energética e a competitividade global.
Os novos planos climáticos dos países fornecem uma base. Embora alguns afirmem que o Acordo de Paris está falhando, ainda não acabou 110 países até o momento retornaram com planos climáticos mais fortes este ano, da Etiópia ao Equador. Em 10 anos, estes planos levaram-nos de um futuro perigoso de 4 graus para um futuro mais próximo dos 2,3-2,5 graus.
Ainda está longe de ser suficiente. Assim, mesmo como a ciência mostra superação temporária da meta de 1,5°C é agora provável, os países devem reafirmar essa meta como a nossa estrela-guia. Não é um interruptor liga-desliga, mas sim uma referência para um futuro saudável e habitável. É por isso que nesta cimeira da ONU, os países precisam de desenvolver uma roteiro para nos colocar no caminho certo e avançar muito mais rapidamente em direcção a esta nova economia.
Pode ser difícil manter duas verdades ao mesmo tempo: a crise climática é grave, mas estão em curso progressos extraordinários. No entanto, é isso que devemos fazer. As economias emergentes em todo o Sul Global serão fundamentais para que isso aconteça.
A tecnologia está estimulando as transições dos países
A rápida queda dos custos da energia limpa já está a acelerar esta mudança em todo o Sul Global. As economias emergentes geram hoje mais de metade da energia solar do mundo. O Brasil gera mais energia solar que a Alemanha. Os preços das baterias são despencandoe os veículos elétricos aumentaram de aproximadamente 4% das vendas de automóveis para mais de 20% em quatro anos. Mesmo indústrias difíceis como aço e concreto são inovando para reduzir as emissões.
Para países como Índia e Paquistãoa segurança energética impulsionou a mudança para energias renováveis. Hoje três quartos da população mundial vive em países importadores de combustíveis fósseis, muitos dos quais estão interessados em reduzir a dependência de importações voláteis.
No entanto, a tecnologia por si só não é suficiente. Os combustíveis fósseis ainda fornecem mais de 81% da nossa energiae de acordo com a Global Forest Watch as florestas continuam a desaparecer a uma taxa de 18 campos de futebol a cada minuto, diminuindo um dos nossos mais vitais sumidouros de carbono.
Passando das transições climáticas para as transições económicas
É por isso que não podemos concentrar-nos apenas no o que de metas e tecnologias, mas o como. O progresso depende de como os países orquestram a mudança em sectores como a energia, a alimentação, os terrenos e as cidades. O Brasil fez deste um foco principal para a COP: catalisar os países para tornar o clima central para a sua transição económica.
Muitos países já estão a fazer isso, promovendo medidas climáticas porque aumentam a competitividade das suas indústrias e criam empregos. A implementação na Índia de 50.000 ônibus elétricos até 2027 conectarão milhões de pessoas a empregos e limparão o ar. A “bioeconomia” do Brasil poderia criar 833.000 novos empregos florestais. O aumento da energia limpa na China reduziu a sua emissões 1% no primeiro semestre de 2025 e impulsionou 10% do seu PIB ano passado.
No entanto, as economias dos países não prosperarão se não conseguirem resistir a inundações, secas e ondas de calor. É por isso que os países devem avançar rapidamente investimentos na adaptação climáticaum grande foco na COP30. A boa notícia: cada dólar investido em resiliência pode render retornos dez vezes maiorese ampliar esses investimentos pode criar mais 280 milhões de empregos nos países em desenvolvimento até 2035. A Etiópia, por exemplo, é restaurando paisagens degradadas para ajudar os agricultores a lidar com inundações e secas.
Financiar a transição global
Para os países que agora impulsionam a transição climática global, o progresso depende do financiamento. Os países em desenvolvimento precisam de cerca de US$ 1,3 trilhão por ano em financiamento externo até 2035, apenas cerca de 1% do PIB global. Corta para ajuda nos EUA e na Europa dificultam o alcance desta meta, mas também suscitaram novas ideias sobre a reforma do sistema financeiro global.
Precisamos de passar do “financiamento climático” para o alinhamento de todo o sistema financeiro por detrás desta transição, unindo o capital público, privado, internacional e nacional. Novo “Plataformas Nacionais” surgiram como uma ferramenta promissora para fazer exatamente isso. Alinham estas inúmeras fontes de financiamento por trás dos planos climáticos e de desenvolvimento e das reformas políticas dos governos – e Barbados, Brasil, Colômbia, Ruanda e outros estão a mostrar como isto pode funcionar.
O Brasil está defendendo essa abordagem na COP30, de um ponto de vista roteiro para a meta de US$ 1,3 trilhão para um novo centro de capacitação nos países do Sul Global. Precisamos agora que o G20 e o G7 levem por diante esta abordagem.
Este momento pode parecer sombrio, mas a mudança está acontecendo. A maioria dos países está a empreender a imensa tarefa de transformar a nossa economia movida a combustíveis fósseis, com 250 anos, numa economia centrada no clima e nas pessoas. A questão não é se o progresso é possível, mas se optamos por acelerá-lo, a partir de agora.
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