Cientistas descobrem ouro escondido em resíduos alimentares
O desperdício de alimentos pode ser muito mais valioso do que a pilha de restos deixados após uma refeição. Os cientistas estão a descobrir formas surpreendentes de transformar materiais descartados – desde polpa de beterraba seca até fibras de coco processadas por milípedes – em recursos úteis. Em quatro novos estudos publicados nas revistas ACS, os investigadores revelam como o desperdício alimentar pode oferecer ferramentas ecológicas para a agricultura e novas fontes de compostos benéficos para a medicina.
1. O subproduto do açúcar pode causar a doença do trigo na “beterraba”.
Em um estudo publicado em Revista ACS de Química Agrícola e Alimentaros pesquisadores descobriram que a polpa de beterraba sacarina poderia ajudar os agricultores a reduzir o uso de pesticidas sintéticos. Essa sobra de polpa, que representa cerca de 80% da beterraba após a extração do açúcar, foi transformada em carboidratos que desencadeiam as respostas imunológicas naturais das plantas. Quando testados em trigo, esses compostos ajudaram a proteger contra infecções fúngicas, como o oídio.
2. Cocos compostados ajudam as mudas a crescer.
As fibras de coco decompostas pelos milípedes podem servir como um substituto sustentável para o musgo de turfa, um material comumente usado para iniciar mudas, mas muitas vezes proveniente de ecossistemas frágeis de zonas úmidas. Um estudo publicado em ACS Ômega explorou esse “milicomposto” e descobriu que, quando combinado com outros materiais vegetais, ele apoiava o crescimento saudável de mudas de pimentão de forma tão eficaz quanto as misturas tradicionais à base de turfa.
3. Folhas de rabanete apoiam a saúde intestinal.
Uma revisão em Revista ACS de Química Agrícola e Alimentar sugere que as pontas dos rabanetes, frequentemente descartadas, podem ser mais nutritivas do que as próprias raízes. Essas verduras apimentadas contêm fibras abundantes e compostos bioativos, incluindo polissacarídeos e antioxidantes. Em estudos laboratoriais e em animais, promoveram o crescimento de micróbios intestinais benéficos, sugerindo que também podem melhorar a saúde digestiva em humanos.
4. A beterraba fornece ingredientes bioativos.
Pesquisa descrita em ACS Engenharia Au descreve uma maneira de preservar os poderosos compostos extraídos das folhas de beterraba para uso em alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos. Os cientistas criaram micropartículas secando uma mistura de extrato verde de beterraba rico em antioxidantes com um biopolímero comestível. As partículas encapsuladas resultantes não apenas permaneceram estáveis, mas também apresentaram maior atividade antioxidante do que o extrato não revestido, sugerindo que este processo ajuda a proteger os ingredientes bioativos da degradação.
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