Gritos de frustração se transformam em canções de celebração em Tel Aviv enquanto multidões cumprimentam reféns | Notícias do mundo
Durante dois anos, eles se reuniram na Praça dos Reféns – pais, irmãos, irmãs, parentes e amigos segurando fotografias e cartazes onde se lia “traga-os para casa”.
Fizeram campanha, protestaram e rezaram pelo regresso dos entes queridos levados nos ataques de 7 de Outubro.
Mas agora o clima mudou.
Os cantos de frustração transformaram-se em canções de celebração.
As lágrimas que antes caíam de desespero agora são lágrimas de alívio.
A praça, normalmente palco de manifestações semanais, transformou-se num mar de bandeiras.
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Assistimos a dezenas de milhares de pessoas que se aglomeraram nesta área de Tel Aviv para testemunhar um momento que muitos temiam que nunca chegasse: o regresso a casa dos restantes reféns.
A cada poucos minutos, as enormes telas de vídeo atrás do palco transmitiam novas imagens: reféns exaustos, mas sorridentes, abraçando suas famílias.
Cada clipe é recebido com aplausos – a atmosfera é de pura euforia, é elétrica.
Quando helicópteros passam por cima, transportando prisioneiros libertados para hospitais próximos, a multidão irrompe repetidas vezes, olhando para o céu, maravilhada com o impossível que agora se tornou possível.
A sensação de catarse aqui é palpável – finalmente algum encerramento após dois anos de pesadelo e uma oportunidade para começar o processo de cura de uma nação.
Mas por baixo do júbilo, há um poço profundo de tristeza – e de ajuste de contas.
O massacre de 7 de Outubro foi o ataque mais mortífero num único dia a Israel desde a fundação da nação em 1948 – um acontecimento que abalou o sentimento de segurança e unidade do país.
Mais de 1.000 pessoas foram mortas naquele dia e centenas foram levadas para Gaza.
Para as famílias que nunca deixaram de lutar pelo seu regresso, isto é ao mesmo tempo um fim e um começo.
Agora que os reféns vivos estão em casa, as atenções se voltam para aqueles que não sobreviveram.
As autoridades dizem que o processo de identificação e repatriação dos restos mortais levará tempo – e para algumas famílias, o encerramento ainda permanece dolorosamente fora de alcance.
Mas as questões que persistem vão muito além do sofrimento.
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Nos próximos dias e semanas, o governo israelita enfrentará um intenso escrutínio.
Como poderia o lendário aparelho de inteligência e defesa do país falhar tão catastroficamente?
E que responsabilidade, se houver, recairá sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que tem enfrentado críticas crescentes tanto sobre os fracassos que levaram ao ataque como sobre os esforços prolongados para garantir a libertação dos reféns?
Esta é uma nação em regozijo, mas também em busca de respostas.
Por enquanto, porém, as famílias nesta praça mantêm-se firmes num ponto positivo imutável: depois de mais de dois longos anos, os reféns vivos, pelo menos, estão finalmente em casa.
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