Estudo de imagem cerebral destaca adaptabilidade infantil

Estudo de imagem cerebral destaca adaptabilidade infantil

Estudo de imagem cerebral destaca adaptabilidade infantil

Crédito: Unsplash/CC0 Domínio Público

Alguns bebês nascem com cegueira precoce devido a cataratas congênitas bilaterais densas, necessitando de cirurgia para restaurar a visão. Este período de vários meses sem visão pode deixar uma marca duradoura na forma como o cérebro processa os detalhes visuais, mas surpreendentemente pouco no reconhecimento de rostos, objetos ou palavras. Esta é a principal conclusão de um estudo internacional conduzido por neurocientistas da Universidade de Louvain (UCLouvain), em colaboração com a Universidade de Ghent, KU Leuven e a Universidade McMaster (Canadá), publicado na revista Comunicações da Natureza.

Usando imagens cerebrais, os pesquisadores compararam adultos que foram submetidos a cirurgia de catarata congênita quando bebês com pessoas nascidas com visão normal. Os resultados são surpreendentes: em pessoas que nascem com catarata, a área do cérebro que analisa pequenos detalhes visuais (contornos, contrastes, etc.) mantém uma alteração duradoura proveniente desta cegueira precoce.

Por outro lado, as regiões mais avançadas do cérebro visual, responsáveis ​​pelo reconhecimento de rostos, objetos e palavras, funcionam quase normalmente. Esses resultados “biológicos” foram validados por modelos computacionais envolvendo redes neurais artificiais. Essa distinção entre áreas alteradas e preservadas do cérebro abre caminho para novos tratamentos. No futuro, os médicos poderão oferecer terapias visuais mais bem adaptadas a cada paciente.

“Os cérebros dos bebés são muito mais adaptáveis ​​do que pensávamos”, explica Olivier Collignon, professor da Universidade de Louvain (UCLouvain). “Mesmo que falte visão logo no início da vida, o cérebro pode se adaptar e aprender a reconhecer o mundo ao seu redor, mesmo com base em informações degradadas.”

Estas descobertas também desafiam a ideia de um único “período crítico” para o desenvolvimento visual. Algumas áreas do cérebro são mais vulneráveis ​​à perda precoce da visão, enquanto outras mantêm uma surpreendente capacidade de recuperação. “O cérebro é frágil e resistente”, acrescenta Olivier Collignon. “As primeiras experiências são importantes, mas não determinam tudo.”

Mais informações:
Impacto de uma privação visual neonatal transitória no desenvolvimento do córtex occipito-temporal ventral em humanos, Comunicações da Natureza (2025).

Oferecido pela Universidade Católica de Louvain


Citação: Aprendendo a ver depois de nascer cego: estudo de imagens cerebrais destaca a adaptabilidade infantil (2025, 17 de novembro) recuperado em 17 de novembro de 2025 em

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