Quebrando o final chocante de ‘Malice’

Quebrando o final chocante de ‘Malice’

Quebrando o final chocante de ‘Malice’

Aviso: spoilers à frente para Malícia

Vídeos principais Malíciaum thriller psicológico de seis episódios estrelado por David Duchovny e Jack Whitehall, lançado em 14 de novembro, começa com uma escapadela familiar ensolarada e se transforma em uma história mais sombria e claustrofóbica.

Jamie Tanner (Duchovny) chega à Grécia com sua esposa e filhos esperando férias normais com seus amigos de longa data, Jules (Christine Adams) e Damien (Raza Jaffrey), apenas para descobrir que Jules trouxe consigo um tutor, Adam (Whitehall). Ele parece ansioso demais, quase polido demais, mas essa energia imediatamente conquista todos, exceto Jamie, que parece ser o único que sente uma corrente sob a superfície. O programa planta essa suspeita desde o início e, no final, fica claro que Adam não tropeçou na órbita da família Tanner – ele planejou a colisão.

À medida que a temporada avança, todos os inconvenientes na vida de Jamie lentamente se transformam em catástrofe.

O verdadeiro motivo de Adam e por que ele se fixou em Jamie

Jamie finalmente descobre como ele está conectado a Adam: anos atrás, ele investiu pesadamente em uma pequena empresa familiar de bagagens de propriedade de Colin Tilderman, pai de Adam. Jamie investiu 15 milhões de euros em dois anos. O problema não era o valor — era a incapacidade de Colin de pagar pelo menos uma parte dos retornos prometidos. Jamie retirou seu investimento, uma decisão comercial difícil que significou o fim de tudo para os Tildermans. A empresa deles faliu, suas finanças implodiram e Colin se desintegrou.

A tragédia que se seguiu definiu a vida de Adam. Seu pai assassinou sua mãe durante um colapso nervoso, engoliu comprimidos e colocou fogo na casa. Em vez de processar esse horror, Adam construiu uma mitologia: seu pai era uma vítima, um homem bom esmagado por pessoas mais ricas e mais frias – homens como Jamie. Quando sua irmã Sophie tenta contar a história real, Adam se recusa a ouvi-la. Para ele, Jamie é o arquiteto de todas as perdas que viveu. Essa fixação se torna a espinha dorsal do Malícia.

No final, ficamos sabendo que Adam vive sob identidades variáveis ​​há anos, incluindo “Paul Greenson” na Tailândia, onde foi preso após o assassinato de uma trabalhadora do sexo. Quando Damien reconhece a foto de um recorte de notícia, Adam ignora, alegando que o homem é seu meio-irmão. Uma conversa posterior com Sophie deixa claro que esta é outra camada de autoinvenção. O Adão que conhecemos na Grécia não é um jovem inofensivo e ansioso demais – ele é alguém que abandonou versões de si mesmo repetidamente, deixando destroços para trás a cada vez.

Como Adam desmonta lentamente a vida de Jamie

A partir do momento em que Adam e Jamie saem para beber na Grécia, no primeiro episódio, a série começa a revelar os modos manipuladores de Adam. Ele droga Jamie sem seu conhecimento. Ele envenena o cachorro da família Tanner. O que parecem coincidências formam um ritmo deliberado, e Adam ajusta suas táticas dependendo de quem ele precisa fora do caminho. Ele envenena a babá de longa data dos Tanners para assumir o papel dela. Ele manipula Damien para obter uma referência de emprego e depois o dispensa cruelmente. Seu charme desaparece no momento em que a utilidade termina.

A queda de Jamie se desenrola em ondas. Depois que seu filho Kit’s é preso e Jamie é acusado de má conduta sexual em um e-mail que destrói a reputação de seu local de trabalho, uma invasão em sua casa em Londres completa o colapso. Ele não tem emprego, credibilidade e confiança dentro de seu próprio casamento. Sua esposa Nat (Carice van Houten), oprimida e exausta, leva os filhos sozinha para a Grécia. Adam, em pânico com a ideia de perder a proximidade com a família que estuda, voa para lá na frente de Jamie. Ele persegue a vila deles, rouba o telefone de Nat e começa a monitorar suas conversas. Quando ele ouve April e Nat brincando sobre ele, algo dentro de Adam muda. Ele acredita que tem sido leal, atencioso e bom com eles de uma forma que Jamie nunca foi. O riso deles torna-se, para ele, uma prova de que pessoas ricas usam e descartam pessoas como ele.

Quando Jamie percebe que a bagagem entregue em sua casa é uma mensagem de Adam, tudo se encaixa. O colapso da sua vida não foi um infortúnio cósmico, foi uma campanha orquestrada. Essa revelação desencadeia a sua fuga desesperada para a Grécia, onde Malícia encena sua sequência mais enervante.

Malícia Cortesia de Prime

O confronto com a Grécia

Jamie chega à Grécia convencido de que Adam levou April e Dexter. Quando ele chega ao ponto de referência que Adam mandou uma mensagem, ele encontra o homem esperando sozinho. Num confronto cru e confuso, um homem que perdeu tudo enfrenta um homem que acredita que, para começar, nunca teve nada. Jamie tenta explicar o que aconteceu com Colin. Ele diz a Adam que Colin falhou como empresário, que a retirada de seu investimento nunca foi pessoal, que a dor distorceu a visão de Adam sobre o passado. Mas Adam não está defendendo fatos.

Quando Nat liga para dizer que encontrou as crianças seguras na praia, a raiva de Jamie se transforma em exaustão. Ele diz a Adam que irá embora, ficará quieto e esquecerá tudo se isso significar manter sua família viva. Adam se recusa porque ir embora nunca foi o objetivo. A vingança não é um encerramento – é uma identidade. É a única versão de si mesmo que lhe resta.

A chegada repentina de Yorgos, filho do vizinho de Jamie, Dimitri, fratura a cena. Yorgos entra confuso, perguntando o que aconteceu. Adam atira nele sem hesitação. O horror no rosto de Jamie é igualado apenas pela calma misteriosa de Adam enquanto ele explica o plano: ele incriminará Yorgos pelo assassinato de Jamie e deixará a história se transformar em uma tragédia local. Segundos depois, Adam atira na cabeça de Jamie. Malícia opta por não sensacionalizar o momento. Ele pousa com uma finalidade fria – silenciosa, precisa e irreversível.

Adam foge?

O final avança para a chegada de Adam a um aeroporto americano, onde a Segurança Interna o puxa de lado. Alertas foram emitidos internacionalmente em conexão com o assassinato de Jamie, e os investigadores notaram inconsistências no relato de Adam. O homem insiste calmamente que deixou os Tanners dias antes do incidente e que nunca mais esteve na Grécia. É uma história ensaiada e ele a conta com total compostura.

O episódio deixa vários detalhes deliberadamente em aberto, mas mostra Adam sendo detido. As autoridades têm suspeitas suficientes para o deter e motivos suficientes para questionar os seus movimentos – especialmente porque nenhum registo oficial de viagem o coloca na Grécia no momento do assassinato. A implicação é clara: Adam viajou ilegalmente, contando com a ausência de rastros de papel para mantê-lo intocável. Mas essa invisibilidade funciona contra ele agora. A falta de documentação faz com que ele pareça exatamente o que é: um fugitivo.

Enquanto isso, Nat e sua amiga, Ingrid, fornecem aos investigadores tudo o que sabem: a obsessão de Adam, sua história, suas mentiras sobre seu tempo na Tailândia, sua fixação nos investimentos de Jamie e os últimos dias que antecederam o assassinato. Se isso será suficiente é a questão que o final deixa em suspenso. Câmeras de vigilância, rotas de vôo, avistamentos de testemunhas e o misterioso desaparecimento de Damien apontam para que Adam seja eventualmente acusado, mas Malícia resiste a dar uma resposta definitiva. Termina no momento em que o medo encontra a incerteza: Adam pode finalmente ser encurralado ou pode escapar novamente.

Mesmo depois de ser pego, Malícia deixa claro que Adam não se vê como um assassino. Ele se vê como a única pessoa disposta a corrigir uma história que acredita que o mundo errou. A tragédia é que todos os outros podem ver a verdade – exceto o homem que a causou.

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