O uso global de medicamentos anticonvulsivantes associados a defeitos congênitos está aumentando
A. Consumo de medicamentos anticonvulsivantes em DDD/TID em 2012. B. Consumo de medicamentos anticonvulsivantes em DDD/TID em 2022. Crédito: eClínicaMedicina (2025). DOI: 10.1016/j.eclinm.2025.103558
Num estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial de Saúde, dois académicos da Universidade de Aston descobriram que, embora o acesso a medicamentos anticonvulsivantes esteja a crescer em países de baixo e médio rendimento, nem sempre são necessariamente prescritos com segurança.
Adrienne Chan e o professor Ian Wong lideraram o estudo para analisar o uso de medicamentos anticonvulsivantes em 73 países entre 2012 e 2022 e afirmam que o aumento na prescrição é um sinal encorajador de que o acesso a medicamentos neurológicos essenciais está a melhorar. No entanto, o mais prescrito é o valproato, que pode causar defeitos congênitos e problemas de desenvolvimento neurológico em bebês se tomado pelas mães durante a gravidez. Estes podem incluir espinha bífida, fenda palatina e distúrbios intelectuais, de comunicação, de comportamento e de memória.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lista o valproato como um “medicamento essencial”, mas emitiu orientações contra a sua prescrição a mulheres e meninas em idade fértil devido aos riscos de defeitos congênitos. Identificou distúrbios fetais relacionados ao valproato como uma grande preocupação global.
Disparidades globais em práticas de prescrição seguras
Os investigadores dizem que a educação é urgentemente necessária a nível mundial para garantir que os riscos sejam conhecidos e que medicamentos alternativos sejam prescritos quando necessário. Em muitos países de rendimento elevado, regulamentações mais rigorosas e programas de prevenção da gravidez reduziram o uso de valproato. Em contraste, em países onde os medicamentos anticonvulsivantes mais recentes são menos acessíveis ou disponíveis, o valproato continua a ser prescrito com mais frequência.
A OMS encomendou o estudo liderado pelo Dr. Chan e pelo Professor Wong como parte dos esforços contínuos para compreender e promover o uso seguro e equitativo de medicamentos neurológicos essenciais em todo o mundo. Os resultados são publicado em eClínicaMedicina.
Próximos passos para a investigação e a política global
O estudo utilizou dados de vendas dos países afetados, mas os investigadores dizem que o próximo passo é compreender os padrões dentro de populações específicas e avaliar como as medidas de segurança estão a ser implementadas em diferentes regiões. Isto permitirá uma melhor compreensão sobre se tais medicamentos estão a ser prescritos a mulheres em idade fértil e sobre os riscos para os nascituros.
Chan disse: “Nossas descobertas mostram que o acesso a medicamentos anticonvulsivantes está se expandindo globalmente, o que é uma boa notícia para os pacientes que anteriormente tinham pouca ou nenhuma opção de tratamento. Mas o uso continuado e generalizado de valproato em algumas partes do mundo é preocupante, dados seus riscos conhecidos durante a gravidez. É urgentemente necessário um maior alinhamento global na prescrição segura e na educação para proteger as gerações futuras”.
Mais informações:
Adrienne YL Chan et al, Consumo de medicamentos anticonvulsivantes em 73 países e regiões de 2012 a 2022: um estudo de tendência longitudinal, eClínicaMedicina (2025). DOI: 10.1016/j.eclinm.2025.103558
Citação: O uso global de medicamentos anticonvulsivantes associados a defeitos congênitos está aumentando (2025, 11 de novembro) recuperado em 12 de novembro de 2025 em
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