Presidente de Tóquio, Ando Hiroyasu, sobre Cinema Asiático, Igualdade de Gênero no Fest
No momento em que o Festival Internacional de Cinema de Tóquio inicia a sua edição de 2025, o presidente Ando Hiroyasu conduz o evento em direção a um futuro que enfatiza a descoberta do cinema asiático, a igualdade de género e o diálogo intercultural – aproveitando as suas décadas como diplomata para posicionar o TIFF como mais do que apenas uma vitrine de produtos locais.
“Com base na minha longa experiência como diplomata, estou convencido de que as pessoas podem compreender-se, independentemente das diferentes culturas e valores, se abrirem os seus corações e se envolverem no diálogo”, diz Ando. Variedade. “Numa altura em que a divisão e o conflito se aprofundam em todo o mundo, acredito que a importância do diálogo e do intercâmbio através do cinema se aprofunda.”
Essa filosofia molda o posicionamento estratégico do TIFF num calendário global de festivais cada vez mais lotado. Em vez de perseguir o status de estreia, Ando vê o festival como uma porta de entrada para o cinema asiático. “Como um festival de cinema localizado na Ásia, pretendemos desenvolver um festival onde as pessoas reconheçam o TIFF como um lugar onde possam encontrar obras e cineastas asiáticos”, disse ele.
A edição de 2025 coloca as histórias femininas em primeiro plano, com todos os três espaços principais – filmes de abertura, peça central e encerramento – focados em protagonistas femininas. A programação abre com “Climbing for Life” e fecha com “Hamnet”. “Os filmes de abertura, destaque e encerramento deste ano são todos trabalhos que enfocam o modo de vida das mulheres”, diz Ando.
Com base nas iniciativas do ano passado, o TIFF acolherá novamente o seu programa de Empoderamento das Mulheres, apresentando exibições de filmes e simpósios dedicados ao avanço da igualdade de género na indústria.
O desenvolvimento da juventude continua a ser uma prioridade central, com o TIFF a lançar a Conferência de Cinema de Estudantes Asiáticos este ano. A nova iniciativa apresenta curtas-metragens recomendadas por escolas de cinema de toda a Ásia, com um Grande Prémio e um Prémio Especial do Júri atribuídos entre 15 obras selecionadas. O programa baseia-se em iniciativas juvenis existentes, expandindo o compromisso do TIFF em cultivar vozes emergentes em toda a região.
Além da programação, o braço industrial do TIFF continua a crescer através do TIFFCOM, o mercado de conteúdo alinhado ao festival. “Lá transmitimos as últimas tendências em cinema, televisão, animação, etc., principalmente da Ásia e do Japão, e também apoiamos coproduções internacionais”, explica Ando.
A plataforma surge no momento em que o cinema japonês mostra interesse renovado na expansão internacional. “Muitos filmes, inclusive de animação, começaram a fazer sucesso no exterior”, diz Ando. “O TIFF pretende fazer todas as contribuições possíveis para este fim e fortalecerá o seu papel na apresentação de obras concluídas e incompletas ao público internacional.”
Ando enfatiza o apelo de Tóquio além do cinema. “Tóquio é uma cidade única no mundo, não só no cinema, mas também em vários campos, como teatro, arte, música e gastronomia”, afirma. “Espero que o TIFF, realizado em tal cidade, seja valorizado como um local de intercâmbio entre cineastas de todo o mundo.”
Quando questionado sobre o que ele espera que o público se lembre do TIFF 2025, Ando oferece uma visão simples: “Eu ficaria encantado em ouvir comentários como: ‘Fiquei comovido com um filme fascinante’, ‘Os vários eventos em que participei foram divertidos e valeram a pena’ e ‘Quero visitar o TIFF novamente e desfrutar plenamente da cidade de Tóquio.’”
O Festival Internacional de Cinema de Tóquio vai até 5 de novembro.
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