50 anos após a morte de Franco, a Espanha enfrenta seu passado sombrio
Desta negociação política cresceu o chamado “Pacto do Esquecimento.” Manteve a controversa ideia de amnésia, ou desmembramento, que exigia evitar qualquer situação que pudesse reavivar a memória da Guerra Civil e da ditadura de Franco. Tal como descrito de forma memorável pelo líder político basco Xabier Arzalluz em 1977, o pacto proporcionou “uma anistia para todos por todos e um esquecimento para todos por todos”. Ao fazê-lo, os políticos espanhóis conseguiram concentrar-se na consolidação de um novo regime democrático sem recriminações sobre o passado.
Mas o Pacto do Esquecimento teve um impacto negativo na sociedade espanhola. Fechou a porta à responsabilização da justiça para o regime de Franco. Isto significou que Espanha contrastava com outras democracias criadas na mesma época, como as de Portugal, Grécia e Argentina, que responsabilizavam os seus antigos líderes através de processos judiciais e outros meios. O pacto também proporcionou a Franco uma vida após a morte muito respeitável, incluindo um funeral de estadotrês dias de luto e um mausoléu em O Vale dos Caídoso maior monumento público da Espanha. Concluída por Franco em 1959, no auge do fervor franquista, apresenta a cruz mais alta da cristandade e uma decoração interior que homenageia as “glórias” da civilização espanhola, como a Reconquistaa guerra santa da Espanha desde o final da Idade Média contra os “infiéis” muçulmanos.
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